sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Meu amigo secreto não é machista, mas, porém, contudo, todavia...

As redes sociais estão sendo palco para mais uma campanha que denuncia o machismo. Por meio da hashtag #meuamigosecreto, são expostas, principalmente, a hipocrisia e a contradição nas atitudes e falas de diversos homens.

Eis alguns exemplos:



Essa semana, além de todas as denúncias espalhadas pela minha timeline do Facebook, eu ainda me deparo com mais uma notícia que reflete nossa sociedade machista e intolerante. Holly Brockwell foi convidada para fazer parte do projeto 100 Women da BBC, que dá voz a mulheres inspiradoras pelo mundo, e contou um pouco sobre sua decisão de não querer ter filhos.

Holly Brockwell

Brockwell fala sobre as tentativas malsucedidas de submeter-se a uma esterilização com seus vinte e poucos anos (segundo ela, não há idade mínima para esse procedimento no Reino Unido, porém nenhum médico concordou em fazê-lo). Relata que, aparentemente, as pessoas acreditam que todos que tem filhos estão felizes com suas escolhas e que não há razão aceitável para sua decisão.

É, porém, a repercussão desse texto da Brockwell que me assusta. Por volta de meia hora depois da publicação, o volume de mensagens que ela recebeu via e-mail, Facebook, Instagram e Twitter a deixou preocupada. Muitos mandaram mensagens de apoio e dizendo pensar como ela. Outros disseram o de costume, que ela está sendo egoísta ou vai mudar de ideia no futuro.

Infelizmente, várias pessoas foram além disso e comentaram de forma ácida, cruel e repugnante. Uns diziam que estavam felizes que ela não iria se reproduzir, porque não teria mais gente como ela no mundo, e que ela precisava de um psicólogo. Outros afirmavam que ela só estava querendo chamar atenção. E um deles disse querer promover um financiamento coletivo a fim de pagar uma cirurgia para deixá-la incapaz de falar. Detalhe: Brockwell preferiu não expor alguns dos comentários por considerá-los ainda piores (!).

A internet permite que as pessoas sejam maldosas e inescrupulosas como foram com Brockwell, mas também deixa que você denuncie injustiças, apoie quem precisa ou mesmo fale ao "seu amigo secreto" que ele está errado e que precisa mudar. Vale ainda dizer que, apesar da campanha focar no comportamento dos homens, a oportunidade para que se repense atitudes e preconceitos está aí para todos, seja homem ou mulher.

#meuamigosecreto diz que não é machista, mas acha que a mulher só estará completa quando se tornar mãe.
#meuamigosecreto se diz feminista, mas acha que homem de 35 anos solteiro e sem filhos tá aproveitando a vida, já a mulher na mesma situação...

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Worry, be happy!

Menos uma preocupação para vida: Pode se preocupar à vontade!
Ficou confuso? Confere então o que Shana Lebowitz, repórter da Business Insider UK, escreveu sobre o assunto:


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Se depois de terminar uma entrevista de emprego você tende a roer suas unhas até não dar mais e repete mentalmente as perguntas que você se atrapalhou pra responder até estar convencido que você nitidamente não conseguiu a vaga: anime-se!

Você pode ter uma vantagem sobre todos os outros.



Especificamente, você pode estar numa melhor posição para lidar com notícias boas e ruins quando estas chegarem.

Isso de acordo com uma nova pesquisa conduzida por Kate Sweeny, PhD na Universidade da Califórnia, Riverside, e citada no The New York Times. Sweeny e seus colegas queriam investigar, especificamente, os efeitos da preocupação enquanto se espera por resultados importantes, com potencial para mudanças na vida.

Eles observaram 230 estudantes de direito fazendo o California bar exam (o equivalente ao exame da OAB nos EUA), começando duas semanas antes do exame e finalizando logo depois da liberação dos resultados quatro meses mais tarde.

Os participantes do estudo preencheram questionários ao longo do período de estudo, indicando coisas como o quão ansiosos eles se sentiram e quanto desgaste eles tiveram ao pensar sobre o exame; a frequência com que eles tentaram se distrair ou esconder seus sentimentos; o quão confidentes eles se sentiram em relação a passar no exame; e quanto tempo eles gastaram planejando lidar com uma potencial falha.

Os resultados sugerem que há três estratégias gerais para lidar com o período de espera.

Enquanto algumas pessoas tentavam se distrair e fingiam que não estavam surtando, outras tentavam pensar mais no lado bom do que no fracasso. O terceiro grupo antecipou ativamente a possibilidade de falha. Essa última estratégia é similar ao que os pesquisadores chamam de "pessimismo defensivo" ou preparar-se para o pior enquanto ainda espera pelo melhor.

85% dos participantes passaram no exame. As 33 pessoas que não passaram foram questionadas se poderiam acreditar que tinham falhado e se poderiam aceitar a situação. Aqueles que passaram foram questionados se sentiram aliviados.

Duas descobertas fascinantes surgiram. Em primeiro lugar, os esforços dos participantes para se distrair e esconder seus sentimentos não ajudaram a amenizar suas ansiedades. De fato, aqueles que tentaram se distrair, frequentemente, acabavam se sentindo mais ansiosos.

"Nossas descobertas sugerem que o conselho de 'apenas tente se distrair' ou 'tire sua mente disso' não é, necessariamente, a receita para um período de espera livre de angústia", dizem os autores, acrescentando que "talvez a melhor alternativa seria simplesmente experimentar e expressar emoções de uma maneira natural sem tentar reprimi-las".

Em segundo lugar, a preocupação pareceu ser produtiva.

Em caso de fracasso, os participantes que tinham pensado e agido de forma pessimista durante o período de espera "estavam mais motivados para entrar em ação, provavelmente, visando refazer o exame na próxima oportunidade", segundo os pesquisadores. Por outro lado, pessoas que tentaram permanecer positivas e otimistas "reagiram às notícias de fracasso com um senso de descrença e negação".

Em caso de sucesso, os participantes que tinham se esforçado muito durante o período de espera foram, agradavelmente, surpreendidos, enquanto que os que tinham passado por isso de maneira tranquila ficaram, relativamente, desapontados.


Os pesquisadores dizem que suas descobertas "revelam uma troca emocional". Se você está esperando um retorno sobre uma entrevista de emprego ou um exame acadêmico, preocupar-se por algumas semanas ou meses pode predizer uma melhor experiência ao receber os resultados.

Em outras palavras, não se preocupe em se preocupar. Saiba que você está envolvido em um processo totalmente natural que pode até ser produtivo a longo prazo.
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Don't worry, be happy!